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OS AMIGOS (2)
Um elenco numeroso e devotado de amigos foi o maior patrimônio acumulado por Victor Giudice. Ele sabia cultivá-los com generosidade, imperturbável bom humor e um talento extraordinário para contar histórias e transformar o cotidiano num permanente exercício da espirituosidade e da inteligência.
Aqui estão alguns depoimentos de amigos e conhecidos sobre a convivência com Victor.
Esta página será atualizada periodicamente, incorporando novas contribuições (veja botão à esquerda).
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Difícil escrever sobre alguém que se ama. Que partiu desta para melhor e que deixa eternas saudades. Crueldade reduzi-lo a uma vida e obra.Carismático, espirituoso, inteligente, charmoso, engraçado, divertido, melodramádico, criativo e infinitamente talentoso são palavras que sequer esboçam a verdade de um personagem tão apaixonante quanto Victor Giudice. Capaz de momentos luminosos em que tudo e todos ao seu redor se revestiam de um véu de graça e felicidade. Destes momentos do homem restou a alma do artista, a obra. A obra de Victor Giudice é imortal e haverá o dia em que sua genialidade será reconhecida e consagrada. Agradeço na vida haver partilhado de sua amizade. Espero que, alegremente, possa reencontrá-lo.
Marco Antônio Braz - São Paulo
Victor Giudice era profundo conhecedor de História da Arte, foi poeta e jornalista, sonetista exímio, teatrólogo, desenhista e contista magnífico. Era dono de uma personalidade cativante, daquelas que dão vida ao ambiente graças ao espírito, à simplicidade...!
Tive a satisfação de conviver com Victor durante algum tempo e disso tenho um grande orgulho. Olho para trás com saudade dos seus sonetos que vinham aos borbotões, das suas imitações e das suas análises literárias.
Infelizmente ele perdeu a última batalha, e nós, um grande companheiro. Demos-lhe nossa solidariedade, mas agora só resta a solidão.
Lauro Gomes de Araujo - Niterói
Estar com o Victor era sempre um enorme prazer. Conversar com ele era um
estímulo à minha inteligência; um exercício de criatividade e humor -
regado a doses generosas de carinho e atenção.
Nesses tempos de poucos interlocutores e amizades virtuais sinto muito a sua falta.
"Elidazinha" Castro - Rio
Ter sido amigo de Victor Giudice foi um dos grandes privilégios que a vida me concedeu. Victor foi o amigo de todos os momentos,
compreensivo, paciente, generoso. Além disso, foi uma das
pessoas mais cultas que conheci até hoje.Tem-nos feito uma falta
enorme desde que partiu.
Aroldo Sisson Possollo - Rio
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Nas conversas informais, sem deixar aquele ar de seriedade e ironia sutil, Victor penetrava o universo da ficção, arrastando-nos a todos, sem que percebêssemos. Não era somente o escritor de ficção, era o contista de envolventes estórias improvisadas, que se insinuavam por entre temas corriqueiros e roubavam a cena, diante de uma platéia também improvisada pelo passe de mágica do gênio. Agora que o homem se foi, de repente me apercebo de que o amigo e o artista da palavra não se davam trégua, eram indissociáveis, durante as 24 horas de cada dia que ele viveu.
Maria da Conceição Silva - Rio
Volto a olhar sua foto e a contemplar o seu rosto em preto e branco. Um rosto inconfundível, sereno, a estampar uma barba quase hemingwayana e óculos de grandes lentes à frente de uns olhos tranqüilos. Ali estava Victor Giudice, um homem de fala mansa, sempre cordial, escritor admirável e colega de ofício como poucos, pois jamais ouvi dele uma única palavra amarga ou invejosa sobre seus pares. Era, antes de tudo, um escritor discreto, que não espalhava plumas e lantejoulas à sua passagem. Seguia seu próprio caminho e devia sentir-se seguro nele.
Continuo olhando para a sua foto, contemplando um rosto que jamais voltarei a ver. E de repente ouço sua voz, rememoro a sua fala afável. Ouço-o perguntar:
- E o nosso almoço, hein? Ia ser numa churrascaria, não era?
Antônio Torres - Rio
Esbarrar em Victor Giudice era um acontecimento cultural. Fosse na rua, teatro, cinema ou num imprevisto qualquer, Victor tinha sempre uma piada nova, um conto por fazer, um samba recém-composto, enfim, uma janela de invenção para iluminar nossa sisuda rotina. Conheci-o em 1983, na casa da José Higino. Ali minha vida ganhou sentido através da arte. As tardes eram feitas de filmes, discos, livros, bate-papos, cerveja e comida, muita comida -Victor era um tremendo cozinheiro! Tinha eu 17 anos e Giudice já havia cruzado a barreira dos 50. A diferença nunca foi barreira para a imensa cumplicidade. Tornei-me tão íntimo de suas histórias que hoje, no fundo, acredito ter passado a infância com ele, em São Cristóvão, e não há quem me tire da cabeça a certeza de que trabalhei na mesma repartição do Banco do Brasil e convivi com os mesmos personagens. Victor era o homem das grandes mentiras. Por isso continuo acreditando, quando vagueio pelas ruas do centro, que a qualquer instante vamos nos esbarrar. Afinal, a morte foi a última de suas mentiras.
Ricardo Cota - Rio
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